Tivemos um posicionamento recente através de uma nota técnica do Ministério da Saúde recomendando pelo não rastreamento populacional do câncer de próstata (NOTA TÉCNICA Nº 9/2023-COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS). Na realidade foi uma reafirmação de uma nota técnica prévia (Nota Técnica ConjuntaSAS/MS e INCA nº 001/2015).
Gostaria de pontuar aqui alguns conceitos que não podemos confundir:
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA: Fazer o diagnóstico precocemente e tratar de forma adequada ajuda a salvar vidas. Ajuda a evitar sofrimento. Isto já foi comprovado por estudos, por histórias, por recomendações governamentais revertidas nos EUA. Inclusive, esta nota técnica do MS recomenda o diagnóstico precoce.
QUEM TEM SINTOMAS DE PROBLEMAS URINÁRIOS OU PROSTÁTICOS DEVE PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO: este ponto não está sob questionamento. Há distintas doenças que acometem a próstata e as vias urinárias, que devem ser avaliadas e tratadas.
O que o Ministério da Saúde recomenda para a população brasileira é o que chama em sua nota técnica de diagnóstico precoce. Ou seja, quem apresenta sintomas deve procurar atendimento. O limitante desta recomendação é que sabemos que o câncer da próstata causa muito pouco sintoma. Quem causa mais sintoma é a hiperplasia benigna da próstata. O efeito prático desta recomendação é o de termos muitos casos de câncer de próstata detectados em homens que tem também hiperplasia prostática benigna. Na realidade, isto já é o que ocorre em grande parte no SUS.
O fato é que a recomendação de nosso Ministério da Saúde deve levar em conta não somente o que é mais eficiente no sentido de curar pacientes, mas também o que é sustentável economicamente. De fato há a preocupação em não tratar excessivamente pacientes com tumores mais indolentes do que sua expectativa de vida. E também de não quebrar o sistema, seja utilizando recursos financeiros, seja superssaturando os recursos humanos já limitados no SUS. Neste contexto, fica mais fácil entender
Infelizmente, o que é feito na saúde suplementar no Brasil é diferente do que é disponibilizado no SUS em muitos aspectos. E os resultados infelizmente são diferentes. Infelizmente