CÁLCULO URINÁRIO

A formação de cálculos no trato urinário ocorre frequentemente, acometendo cerca de 1 a cada 10 indivíduos em algum momento de sua vida. Algumas pessoas apresentam cálculos de forma recorrente, muitas vezes necessitando de tratamento através de procedimentos complexos ou cirurgias. Há perguntas que são quase intuitivas neste contexto, e tentaremos esclarecer algumas delas abaixo.

 

Por que os cálculos formam-se na via urinária?

A explicação para a formação dos cálculos urinários é multifatorial, podendo ser dividida em dois tipos de fatores: os fatores ligado ao metabolismo/genética do indivíduo; e os fatores associados aos hábitos e meio ambiente. Dentre os primeiros fatores, destacam-se distúrbios hereditários como a hipercalciúria primária, hipocitratúria, cistinúria, etc. Dentre os fatores relacionados aos hábitos, destacam-se o consumo de sal, o volume de líquido ingerido, temperatura ambiente, etc. Estes fatores podem e devem ser avaliados de forma objetiva em indivíduos que formam cálculos de maneira recorrente. A calculose urinária é uma doença que pode trazer graves complicações, mas felizmente é passível de prevenção.

Quais os sintomas do cálculo urinário?

Os cálculos podem determinar um espectro variável de sintomas. Na grande maioria das vezes, os cálculos urinários não produzem sintomas. Dependendo do tamanho, composição e posição em que se encontram, podem ocasionar dor na região lombar, dor abdominal, náuseas, alteração no funcionamento dos rins, infecções urinárias recorrentes. A cólica renal, tipicamente uma dor súbita e de forte intensidade na região lombar e/ou inguinal, em geral ocorre quando há obstrução da via urinária em algum ponto.

Qual o tratamento do cálculo urinário?

O tratamento dos cálculos urinários evoluiu muito nas últimas décadas, principalmente à partir do desenvolvimento de novas tecnologias e do aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas. Destacam-se como alternativas a tratamento dos cálculos urinários:

  • Seguimento: acompanhamento clínico dos cálculos, prevenindo-se o seu crescimento ou complicações, porém sem nenhuma forma de intervençãoo ativa. É uma boa alternativa para cálculos pequenos e/ou assintomáticos.
  • Tratamento medicamentoso: determinados cálculos podem ser dissolvidos ou eliminados com medicações e medidas clínicas.
  • Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO ou LEOC): técnica que consiste na fragmentação dos cálculos através do emprego de ondas de choque.  O médico focaliza o cálculo com auxílio de ultrassonografia ou radiografia, e as ondas geradas pelo equipamento são direcionadas exatamente para o cálculo, com o intuito de fragmentá-lo. É uma técnica minimamente invasiva, em geral realizada com o paciente sob sedação medicamentosa. Em geral não necessita internação hospitalar. Deve-se prestar especial atenção para NÃO realizar a LECO em gestantes ou indivíduos que fazem uso de medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetarios.
  • Ureteroscopia: técnica que consiste na fragmentação e extração de cálculos urinários através de tecnologia endoscópica. Realiza-se endoscopia através da uretra, bexiga, ureteres e rins.
  • Cirurgia percutânea: esta técnica é utilizada para o tratamento de cálculos renais, em geral grandes. Consiste na punção e introdução de câmera endoscópica diretamente no rim, permitindo a fragmentação e extração dos cálculos.

Outras técnicas cirúrgicas, como a cirurgia convencional e a cirurgia laparoscópica, podem ser utilizadas em casos específicos.

Há alguma forma de prevenção de cálculos urinários?

Os cálculos renais formam-se por uma combinação de fatores, incluindo alterações do metabolismo (aumento do cálcio na urina, aumento do oxalato na urina, redução do citrato na urina, redução do magnésio na urina, etc.) associadas a fatores comportamentais.
Os principais fatores comportamentais que predispõem, de forma geral, à formação de cálculos urinários incluem a ingesta de pouco líquido, o consumo excessivo de sal e proteínas. Medidas preventivas para quem tem predisposição a formar cálculos renais, incluem o consumo de grande quantidade de líquidos, notadamente água e limonada; redução no consumo de sódio (sal de cozinha, molho tipo shoyu, alimentos com muito sódio); redução no consumo excessivo de proteínas; medidas específicas de acordo com o tipo de cálculo urinário e fatores de risco específicos.
É possível realizar exames para descobrir-se objetivamente quais os motivos que levam alguém a ter cálculos renais. Para quem tem cálculos de repetição, grandes cálculos que requerem a realização de cirurgia ou tem múltiplos cálculos, é extremamente importante realizar estes exames, para evitar problemas decorrentes dos cálculos renais, como necessidade de novas cirurgias, infecções ou complicações renais. Esta investigação é realizada através de exames de urina (urina de 24 horas), exames de sangue e se possível análise cristalográfica do cálculo urinário. Dependendo da alteração metabólica encontrada (ex.: hipercalciúria, hipercalcemia, hiperoxalúria, hipocitratúria, hipomagnesiúria, cistinúria, acidose tubular renal, etc.), há tratamentos específicos que devem ser realizados.

Fontes adicionais de informação:

  1. Jornal Brasileiro de Nefrologia – Diagnóstico e tratamento de litíase ureteral. Korkes F et. al. 2009.
    2. Journal of Urology – Prospective randomized study of treatment of large proximal ureteral stones: extracorporeal shock wave lithotripsy versus ureterolithotripsy versus laparoscopy. Neto ACL & Korkes F et al. 2012. 

 

 

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