Nem todos homens submetidos a prostatectomia (retirada da próstata) precisar realizar radioterapia após a cirurgia. Aliás, a grande maioria não precisa. Cerca de 20-40% do total de homens submetidos a um tratamento curativo necessitarão de um tratamento complementar. Nos casos em que há fatores adversos, como margens positivas, tumores com comportamento agressivo (ISUP 4 ou 5), estadio mais avançado com infiltração de vesículas seminais ou extensão para fora da próstata (pT3), a radioterapia é uma boa alternativa para aumentar as chances de cura.
Uma dúvida frequente é o melhor momento de iniciar-se a radioterapia. Se por um lado iniciar precocemente pode elevar as chances de cura, por outro aumenta bastante o risco de efeitos colaterais. Em contrapartida se esperarmos para iniciar a radioterapia, há o receio de perdermos o tempo correto.
Boas notícias trazidas pela ciência
Um recente estudo de metanálise extremamente bem feito, chamado “ARTISTIC”, consolidou dados de três estudos prospectivos bem realizados (RADICALS-RT, RAVES e GETUG-AFU17). Este estudo de metanálise avaliou 1.074 homens submetidos a prostatectomia e após a radioterapia. Conseguiu comprovar que realizarmos a radioterapia somente em situações em que há elevação de PSA tem a mesma eficácia de fazer a radioterapia logo após a cirurgia (chamada adjuvante). Estes tratamentos permitiram a cura adicional de 85-88% dos pacientes. E esta estratégia permite poupar um significativo número de pacientes dos efeitos colaterais da radioterapia e hormonioterapia.
https://ascopost.com/issues/october-25-2019/studies-suggest-early-salvage-radiotherapy-may-be-preferable-to-adjuvant-radiotherapy-after-prostatectomy/